DEPUTADO FEDERAL CRITICA OPERAÇÃO DO IBAMA QUE FECHOU FRIGORÍFICOS NO SUL DO PARÁ

Beto Sala – Dep. Federal

Desde a terça-feira (21), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, deflagrou a chamada “Operação Carne Fria”, nos estados do Pará, Tocantins e Bahia. Segundo o órgão, a operação tem o objetivo de combater a comercialização de gado proveniente de áreas nas quais foram praticados crimes ambientais. Como resultado da ação, nada menos que 20 fazendas e 15 frigoríficos foram embargados nos três estados. As multas podem passar de R$ 200 milhões e o prejuízo das empresas investigadas que atuam no Pará deve ser maior que R$ 20 milhões por dia em função da paralização das atividades. Apesar da Polícia Federal negar, o nome da operação contra os frigoríficos paraenses faz clara alusão à recente operação Carne Fraca, da Polícia Federal.

A ação do IBAMA alarmou produtores e empresários paraenses. O Sindicato de Produtores Rurais de Xinguara criticou duramente a forma de atuação do Ibama na operação. Joel Lobato, presidente da entidade e diretor da Federação da Agricultura e Pecuária do Pará (Faepa), afirma que não houve autuações, pedidos de documentos ou mesmo de informações sobre a forma como cada frigorífico monitora a origem dos animais que compra. “Não quiseram saber nada, chegaram, fecharam e pronto”, afirma. Segundo Joel, não há preocupação com os efeitos negativos dessa atuação na economia do Estado, que pode comprometer até mesmo a oferta do produto em açougues e supermercados. “É a decretação da pena de morte do setor produtivo rural inteiro”, disse Joel.

O deputado Beto Salame (PP-PA) se manifestou contra a ação do IBAMA. Ele lembrou que “a pecuária tem grande importância na região sul e sudeste do Pará. Boa parte da economia dos municípios da região depende da cadeia produtiva da carne. Por isso, vejo com preocupação a forma como o IBAMA se comportou”, disse Beto.

Para o deputado marabaense, o IBAMA tem à disposição “diversas medidas administrativas e jurídicas capazes de coibir eventuais práticas incorretas por parte das empresas, sem que seja necessário interromper o funcionamento de frigoríficos e fazendas”. “Fui informado que existem autuações decorrentes de compras feitas ainda em 2013, que o próprio Ibama até agora não conseguiu monitorar”, disse Beto.

Beto Salame lembrou que desde 2009, o agronegócio vem trabalhando para se adequar às exigências da legislação ambiental e que “o momento não podia ser pior para esse tipo de ação espetaculosa. A operação “Carne Fraca” atingiu o agronegócio no que diz respeito às condições sanitárias e agora vem essa “Carne Fria” e ataca na questão ambiental, fechando empresas, colocando em risco milhares de empregos e causando prejuízos de milhões de reais por dia ao Pará”.

Ao longo da semana, Beto Salame esteve com diversas autoridades em Brasília – entre elas o senador Jáder Barbalho – expondo a situação e pedindo providências. No final desta semana, Beto Salame estará em Xinguara onde deverá se encontrar com produtores rurais para avaliar a situação e discutir as outras medidas que podem ser tomadas para garantir a normalização da produção de carne no sul e sudeste do Pará.