SERRA PELADA – BSIII SAI E JAPONESES QUEREM ENTRAR

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Valder ex-presidente da COOMIGASP, sentado ao lado representante da BSIII

Há um ano a Coomigasp apresentou a empresa BRASIL SÉCULO III CONSULTORIA LTDA – conhecida também como BSIII, na época sob intervenção a entidade por meio do interventor informava: “O contrato com a BSIII foi assinado antes da intervenção, mas para resguardar os direitos dos garimpeiros foi necessário rever alguns procedimentos, inclusive processos de liberação da atividade junto ao DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral)”, disse o interventor que completou: “Seguir essas etapas corretamente era mais que necessário para evitar problemas futuros, como o que está acontecendo no contrato com a Colossus, que teve seu início de forma equivocada”. Nesse contrato entre COOMIGASP e BSIII, o percentual de participação da cooperativa era de 44%.

Pois bem, até onde se sabia e se tornou notório a empresa dependia apenas de liberações ambientais por meio da SEMA – Secretaria de Estado de Meio Ambiente para iniciar os trabalho, o que até o começo desse ano não tinha acontecido, agora como que em um passe de mágina a entidade apresenta outra empresa. MYABRAS – MINERAÇÃO YAMOTO DO BRASIL LTDA empresa de grupo de empresários japoneses. Fica a pergunta: O que aconteceu com a BSIII? E uns tais repasses que foram feitos da empresa a cooperativa? Esse novo grupo irá assumir as responsabilidades?

Negociações com japoneses estão adiantadas
Negociações com japoneses estão adiantadas

Importante reforçar que “a proposta de parceria para mecanizar o material secundário, ou seja: o melechete, a lama da cava e a montoeira”, é o que consta publicado no site da Coomigasp em relação a parceria com o grupo japonês. Já em uma publicação passada sobre a BSIII, o site dizia: “a empresa que beneficiará a montoeira, o rejeito da exploração do ouro na década de 1980”, portanto o mesmo material.

Curiosamente os processos DNPM da BSIII e da empresa japonesa estão amparados no mesmo o processo DNPM/850.424/1990 e a Coomigasp no seu site afirma que os japoneses da MYABRAS compromete-se a cumprir todas as condicionantes anexas às Licenças de Operação n(ºs) 024/2014 e 025/2014 emitido pela SEMMA NOS PROCESSOS nºs 023/2014 E 031/2014, CONSECUTIVAMENTE. Essas condicionantes foram repassadas a BSIII que até onde se sabe não havia cumprido todos os trâmites.

A ideia tanto da BSII, quanto da MYABRAS é beneficiar a montoeira
A ideia tanto da BSII, quanto da MYABRAS é beneficiar a montoeira

Outra matéria curiosa da proposta é o percentual de parceria onde reza o seguinte “A COOMIGASP – COOPERATIVA DE MINERAÇÃO DOS GARIMPEIROS DE SERRA PELADA E MYABRAS- MINERAÇÃO YAMOTO DO BRASIL LTDA, aceitam que os minérios (ouro-palladium-platina) e demais minérios, serão divididos da seguinte forma 51% (cinquenta e um) por cento para a COOMIGASP – COOPERATIVA DE MINERAÇÃO DOS GARIMPEIROS DE SERRA PELADA e 49% (quarenta e nove) por cento para a MYABRAS. Sobre o percentual de 51% (cinquenta e um por cento) pertencente à COOMIGASP não caberá mais nenhum tipo de desconto e/ou abatimento”.

51% a 49% lembra alguma coisa? Pois bem, quando dos impasses com a Colossus todos os grupos interessados ou empresas que visavam fazer parceria sempre lembraram que um percentual dessa natureza seria “impraticável” no mercado haja vista que a parceira (Coomigasp), jamais entraria com algum aporte financeiro, no entanto os japoneses agora fazem a oferta que tem data prevista para ser votada em Assembleia, provavelmente no mês que vem.

Apesar das vantagens da proposta as dúvidas quanto a BSIII, sobre o investimento dos japoneses e sobre tudo referente à divisão da parceria devem ficar bem claros aos sócios que precisam atentar ao máximo para futuros aditivos no contrato que podem ser “lesivos” como passou a ser o contrato com a Colossus.

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