Criado em 12 de outubro de 1974, e elevado à condição de Batalhão no dia 14 de janeiro de 2020, o Batalhão de Ações com Cães da Polícia Militar do Estado do Pará (PM-PA) é considerado uma referência no País em detecção de entorpecentes, essencial às ações de combate ao narcotráfico, e em busca e captura. Hoje, o efetivo policial é de 75 homens e 33 cães, estes distribuídos nas seguintes categorias: 13 cães operacionais; dois de faro de explosivos; cinco de faro de narcóticos; um de demonstração e nove filhotes em treinamento para faro.
Recentemente, nasceu a primeira ninhada, com oito cães, na nova maternidade do BAC, sendo sete da raça Pastor-belga-malinois (quatro machos e três fêmeas) e um Rottweiler. O comandante da tropa especial, major Allan Sullivan, afirma que o investimento feito pelo Estado na construção e estruturação de um espaço de saúde para os animais resultará em economia, e contribuirá para um treinamento mais célere, a fim de preparar um efetivo maior em menor tempo.
Pioneirismo – Tropa de segundo e terceiro esforço subordinada ao Comando de Missões Especiais (CME/PM-PA), o BAC é especializado ainda missões em radiopatrulhamento tático. Realiza um trabalho pioneiro, integrado ao Batalhão de Operações Especiais (Bope), de varreduras de explosivos. “No último ano foram mais de 20 ações desse tipo, uma demanda que aumentou muito nos últimos anos, com foco em situações de assalto a banco no interior, e grandes eventos na capital, como visita de autoridades. Há uma normativa internacional que obriga a varredura com cães, e ainda não há máquina que substitua o faro do cachorro”, detalha o major Allan Sullivan.
O comandante explica que a meta do governo estadual hoje é o combate ao desmatamento, e as missões do CME, que são rurais, serão intensificadas, principalmente aquelas envolvendo buscas e capturas em área de mata. Há ainda ações de mobilização social e em escolas. Cães mais dóceis também visitam hospitais e interagem com pacientes. “Nos demandam, e a PM vai fazer esse trabalho de aproximação na comunidade, que é fundamental. Muitas pessoas não sabem como trabalhamos, como os cães trabalham”, ressalta.
De acordo com Allan Sullivan, somente o Pará, nas regiões Norte e Nordeste, possui uma maternidade para cães policiais. A diminuição dos custos a partir desse investimento é significativa, visto que antes o Pará precisava de processo de licitação para adquirir filhotes em outros estados, que custavam muito caro. “Sem contar que o treinamento era mais demorado. Tendo a maternidade, podemos adquirir casais de pastor-belga-malinois, de rotweiller, de pastor alemão, que é excelente para guarda e proteção, e de labrador, que possui excelente faro, e assim iniciar os processos de reprodução”, informa.
Autonomia – Veterinária do BAC, a capitã Cláudia Rufino explica que ter um local próprio para reproduzir animais permite escolher os animais para o efetivo, após verificar as aptidões de cada um. “Quando se comprava de fora, não havia como saber como era aquele cão. Não se tinha todas as informações. A gente pode escolher, por exemplo, reproduzir com o cão que tem o melhor faro. Então, teremos cães que nós escolhemos, identificamos e vamos treinar já a partir dos 30 dias de vida”, relata a capitã.
Os recém-nascidos já foram vermifugados e estão entrando em contato com os policiais que os treinarão. Aos poucos, vão sendo expostos a sons e outras interferências. Aos quatro meses, quando o ciclo vacinal for concluído, poderão fazer os treinamentos do lado de fora.
Há 33 anos trabalhando como adestrador de cães, o sargento Humberto Guimarães garante o treinamento para a ação policial incentiva uma relação de amor e carinho entre treinador e animal. “É uma moeda de troca durante a própria preparação, e que faz com que se crie uma ligação entre um e outro. O uso dos cães na segurança pública traz muitos benefícios. A modernidade chegou, e os cães não foram substituídos”, enfatiza o policial.