O evento reuniu cerca de três mil pessoas para discutir estratégias para a conservação da biodiversidade do território de Carajás, no sudeste paranse.
Entre os dias 08, 09 e 10 de novembro, a cidade de Parauapebas foi palco da maior mostra de conhecimento técnico-científico e tradicional do Pará. O Congresso de Gestão do Conhecimento e Sociobiodiversidade das Áreas Protegidas de Carajás foi promovido pelo Núcleo de Gestão Integrada do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade em Carajás com apoio da Prefeitura Municipal de Parauapebas.
O congresso mobilizou cerca de três mil pessoas ao longo dos três dia, incluindo representantes de órgão públicos, pesquisadores, indígenas, líderes comunitários, estudantes, agricultores, extrativistas, ambientalistas, empresas e defensores da natureza para discutir estratégias voltadas para a conservação da sociobiodiversidade no território de Carajás.
André Macedo, gestor do ICMBio Carajás, ressaltou a importância de mobilizar atores locais na gestão do conhecimento para lidar com a realidade da região. “O CGBio tem um papel especial no sentido de fomentar a participação social e o engajamento da sociedade em prol dos esforços de conservação da biodiversidade. Esses espaços são importantes para ouvir e compartilhar questões com a sociedade e, de forma conjunta, buscar soluções e inovações socioambientais para construir uma transição para a sustentabilidade no território de Carajás”, enfatizou.
O presidente do ICMBio, Mauro Pires, também participou do evento, destacando a importância de iniciativas como a do CGBio para promover a discussão sobre a conservação da sociobiodiversidade amazônica. “É uma surpresa positiva muito grande ver o tamanho do CGBio e notar a integração entre pesquisadores, comunidade, órgãos públicos e empresas privadas em torno da sociobiodiversidade. Esse é um ótimo exemplo para o Brasil inteiro, pois é uma forma de integrar no desenvolvimento regional à conservação, o uso sustentável e a valorização da floresta”. O congresso está trazendo uma rica contribuição para todo o sistema de gestão de Unidades de Conservação, fazendo com que esse conhecimento esteja disponível para a adoção de políticas públicas.
Para além das mesas redondas e palestras, o congresso se consolidou como um espaço de disseminação do conhecimento sobre a sociobiodiversidade na região através da sua programação diversa. Os três dias de evento contou com a presença de 80 expositores de empresas amazônicas e da agricultura familiar, o lançamento de quatro livros que exploram as diferentes facetas da conservação da biodiversidade de Carajás, abordando temas como memória institucional, gerenciamento de projetos socioambientais e as oportunidades trazidas pelo capital natural, além da apresentação de 310 pesquisas científicas sobre a Amazônia brasileira.
O encerramento do congresso foi marcado pelos compromissos políticos que o ICMBio assumiu junto a região de Carajás, com destaque para a apresentação da Carta de Apoio para a criação do Mosaico das Áreas Protegidas de Carajás que contou com a assinatura de 1.500 pessoas. Também houve a leitura da Carta CGBio, conduzida pela Analista Ambiental do ICMBio Carajás, Roberta Queiroz, que refletiu sobre as discussões e perspectivas para o futuro de Carajás. “É importante lembrar que o verdadeiro impacto deste Congresso só será sentido se conseguirmos transformar as ideias e discussões em ação prática. Acreditamos que, com esforço e dedicação, podemos alcançar nossos objetivos comuns. Os próximos quatro anos serão cruciais para consolidar nossas conquistas e enfrentar os desafios que se apresentam”, afirmou.
Por fim, houve o lançamento do II Congresso de Gestão do Conhecimento e Sociobiodiversidade das Áreas Protegidas de Carajás, previsto para ser realizado em outubro de 2027.