Projeto piloto no município começará com as crianças e adolescentes do Pipa.
Aula inaugural será dia 29 deste mês.
Crianças podem socorrer um jovem ou adulto numa situação de risco? Num acidente doméstico ou até mesmo num ataque cardíaco, por exemplo? Parece difícil, mas elas podem sim desde que estejam preparadas pra isso. E essa preparação começará a ser feita em Parauapebas pelo projeto “Samuzinho”, do Núcleo de Educação do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A iniciativa é da Rede de Atenção às Urgências e Emergências (RUE) e do próprio Samu e que em Parauapebas tem todo apoio da prefeitura, por meio das secretarias de Saúde (Semsa) e de Educação (Semed). O projeto é direcionado às escolas das redes pública e privada, envolvendo tanto as crianças e adolescentes com idade entre 9 e 12 anos quanto os professores.
“O projeto é aplicado com o público infantil, que receberá capacitação do Samu informando e conscientizando da importância do trabalho e como fazer em uma situação emergencial. Esses socorristas mirins irão multiplicar essas informações ao público escolar e nas suas famílias”, informa o coordenador do Samu em Parauapebas, Manoel Ilson.
Aula inaugural
No município, o Samuzinho vai começar pelas crianças do Centro de Convivência e Fortalecimento de Vínculos – Pipa. A aula inaugural será no dia 29 deste mês, com a participação dos pais ou responsáveis. Depois disso, os encontros serão mensais, sempre aos sábados, das 9 às 12 horas, na base do Samu.
Serão cinco encontros, no total. Quem vai ensinar as crianças serão os próprios profissionais que atuam nos serviços de urgência e emergência do município. E, é claro, seguindo todas as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS) para esse período de pandemia da Covid-19, como o uso de máscara, higienização das mãos e a distância entre cada participante.
Para a formação dos socorristas mirins, os temas serão abordados de uma forma que as crianças compreendam e assimilam bem o aprendizado, ou seja, de maneira lúdica com ênfase em metodologias ativas do processo de ensino-aprendizagem.
Entre os temas abordados, reanimação cardiopulmonar, manobras de desengasgo, acidentes domésticos e de trânsito, pequenos traumas, queimaduras, choque elétrico, desmaio e crise convulsiva. Tudo com aulas teóricas e práticas, com atividades que envolvem exibição de vídeos, pinturas, desenhos, colagem, palestras, gincanas, simulação realísticas (teatros), além de atividades externas para que as crianças possam ter contato com a população em geral.
Mais conscientização
O Samuzinho também tem como objetivo promover conscientização sobre a importância da atuação correta em situações de risco, criar reflexão sobre a importância da vida e os movimentos de solidariedade e orientar sobre a comunicação adequada na hora de pedir ajuda do serviço 192. E mais: orientar sobre quando, como e por que usar esse serviço de emergência.
A supervisora da RUE, Flávia Loiola, informa que em 2019 o Samu realizou 2.621 atendimentos em Parauapebas, com destaque para o número de acidentes, que totalizou 820 no município. Mas assim como a Polícia e o Corpo de Bombeiros, o Samu enfrenta um grande problema: os trotes, que atrapalham e criam transtornos no serviço.
“Mediante tal situação, sentiu-se a necessidade da realização da educação permanente da população a iniciar-se pelas crianças em idade escolar, no sentido de transformá-las em elementos multiplicadores no lar, favorecendo o desenvolvimento sociocultural da criança”, explica Flávia Loiola.
- Texto: Nívea Lima / Com colaboração de Hanny Amoras