Em apenas um ano, Aids cresce 41% em Marabá

Em 2014, o Centro de Testagem a Aconselhamento (CTA) de Marabá, registrou 245 novos infectados pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV). Ou seja, 41,6% a mais que em 2013, quando 173 pessoas foram infectadas no município pela doença.

O quadro, crescente, é preocupante uma vez que só nos primeiros 12 dias de 2105, o CTA já tem registro de nove novos casos. Por isso, o órgão vai colocar o bloco na rua durante o Carnaval deste ano para orientar quanto à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Segundo o administrador Wilson Moreira Silva, gerente do CTA, a campanha durante a temporada de Momo, terá como foco orientar a população em geral acerca da forma de contaminação pelo HIV e hepatites virais, bem como distribuir preservativos masculinos, objetivando conter o avanço dessas doenças facilmente transmitidas nas relações sexuais.

Também naquele período, o CTA incentivará os brincantes à realização de testes sorológicos, inclusive pelas grávidas, para evitar a transmissão vertical do HIV (mãe para o filho). Caso o vírus seja detectado em alguma gestante, essa será convidada a usar terapia específica para evitar que o bebê venha a nascer contaminado.

aids2Marabá é um dos poucos municípios que garante leite aos pacientes que fazem uso da terapia antirretroviral, o objetivo é evitar a desistência dos pacientes por falta de uma alimentação adequada. Outro serviço prestado pela Prefeitura de Marabá é garantir cestas básicas aos pacientes em situação de vulnerabilidade social, com a ajuda da Secretaria de Assistência Municipal da Prefeitura (Seasp).

O CTA conta atualmente com um laboratório de sorologia e teste rápido, uma nova estrutura que garante mais confiabilidade e agiliza a entrega do resultado. O espaço conta com uma equipe multiprofissional com mais especialistas para direcionar casos mais específicos.

TRATAMENTO – Atualmente, o Ministério da Saúde disponibiliza o tratamento com medicamentos antirretrovirais, integralmente gratuitos, a 313 mil pacientes com aids. Esse universo de pessoas tratadas mais que dobrou desde 2003, quando o número de pacientes acompanhados era de 132 mil em todo o País.

A expansão da oferta de medicamentos foi acompanhada pelo fortalecimento da produção nacional dos itens. Atualmente, o Brasil fabrica metade dos 20 medicamentos ofertados pelo SUS. Só nos últimos dois anos, foram incorporadas duas novas drogas – tipranavir e maraviroque.

O investimento federal no combate à aids e às demais doenças sexualmente transmissíveis chegou a R$ 1,2 bilhão em 2014, dos quais cerca de R$ 800 milhões custeiam a oferta dos medicamentos. Há 10 anos, a verba era quase metade disso: R$ 689 milhões, dos quais R$ 551 milhões usados em tratamento.

(Texto: João Batista Silva/ Foto: Helder Messiahs)