A empresa em Curionópolis teria alguns repasses a fazer a fornecedores, empresários dos ramos alimentícios, de restaurante e locação afiram que estão preocupados com seus recebimentos vista aos problemas da empresa a nível mundial, já que a empresa é uma multinacional espanhola.
Em Curionópolis além dos 100 km de extensão da Linha de Transmissão (LT) 500 kV a empresa tinha anunciado a construção de uma subestação de energia, a área inclusive já teria sido negociada. A expectativa de geração de emprego girava em torno de quase mil postos de trabalho.

Embora esteja a um passo de pedir concordata, a Abengoa foi uma das empresas mais atuantes dos últimos leilões do País. Em julho passado, por exemplo, a companhia chegou a apresentar proposta para assumir a construção da segunda linha para escoar a energia de Belo Monte em direção ao Sudeste, mas foi superada pela State Grid. No ano passado, na disputa do primeiro linhão de Belo Monte, a Abengoa também havia sido superada pelos chineses, que formaram consórcio com as estatais Eletronorte e Furnas.
As derrotas recentes interromperam uma sequência de êxitos do grupo espanhol em anos anteriores. Desde o início da década, a Abengoa havia vencido a disputa por diferentes lotes, incluindo a construção de uma linha entre Pará e Tocantins. O projeto, composto por 1,761 mil quilômetros de extensão, será responsável pelo escoamento da energia de Belo Monte em direção ao Nordeste. O edital do leilão previa que o projeto estivesse concluído no decorrer de 2016, mas agora a obra está paralisada.
“É importante analisarmos a quantidade de obras em que a Abengoa está envolvida. São projetos estratégicos, como esse de Belo Monte, e já temos pessoas demitidas. É uma quebra do processo de expansão do setor elétrico”, afirma o coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico (Gesel) do Instituto de Economia da UFRJ, Nivalde de Castro. Nesta semana, o Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, noticiou a demissão de 1.500 funcionários envolvidos no projeto de Belo Monte.
Caso não consiga equacionar suas dificuldades financeiras, a Abengoa será mais uma empresa ausente dos leilões previstos para 2016. As empresas do grupo Eletrobras, também em situação financeira delicada, já não participaram das últimas disputas. A Cteep, grande empresa do segmento de transmissão, também permanece distante dos leilões.
