Serra Pelada – Nesse domingo pode haver mais uma paralisação

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Garimpeiros da Coomigasp são mais de 35 mil 

Está programada para esse domingo 25, mais uma movimentação em Serra Pelada, desta vez o objetivo dos organizadores é realizar uma marcha pacífica em direção ao canteiro de obras do Projeto Serra Pelada, da parceria Coomigasp/Colossus da qual se formou a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral – SPCDM.

Segundo um domínio na internet que afirma defender o direito dos garimpeiros, “A decisão de promover a marcha pela ocupação no próximo domingo, segundo os lideres, é uma demonstração de unidade do povo garimpeiro e uma resposta à Colossus pelas matérias mentirosas que difunde na imprensa do Pará de que os garimpeiros são arruaceiros e que estão atrapalhando o projeto”.

Depois do incentivo do Deputado Federal Arnaldo Jordy – PPS que visitou Serra Pelada e realizou uma audiência pública a movimentação parece ter ganhar mais força. O deputado usou a tribuna do congresso e fez a seguinte solicitação: “Nós estamos solicitando que esse contrato seja imediatamente desfeito e denunciado, porque, se nada for feito, no dia 25 próximo, domingo que vem, os trabalhadores têm a determinação de interditar as atividades na Província Mineral de Serra Pelada”.

A Colossus divulgou nota em que diz alertar para ameaça de invasão e insegurança em Serra Pelada, veja abaixo a integra do texto divulgado pela empresa:

A Colossus Mineração vem a público repudiar o incentivo à violência promovido por grupos que buscam organizar nova mobilização, para o próximo dia 25 de agosto, com a finalidade expressa de invadir, ocupar e paralisar o projeto Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral (SPCDM), em Curionópolis (PA).

A ação tem origem na disputa pelo controle da Coomigasp (Cooperativa de Garimpeiros de Serra Pelada), que divide grupos rivais. E adquiriu força após reunião pública realizada no último dia 16 por iniciativa do deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA) em Serra Pelada. O clima de insegurança tomou conta da vila, onde vivem cerca de sete mil moradores. Trabalham atualmente 1.500 profissionais no projeto – sendo 65% residentes da própria vila.

A Colossus Mineração encara a incitação a ocupar e paralisar o projeto, feita pelo parlamentar, com perplexidade e indignação. “O projeto nova Serra Pelada é um investimento de R$ 600 milhões que segue padrões internacionais do setor mineral. Alcançamos 85% da implantação de uma moderna mina industrial. Respondemos positivamente a todas as fiscalizações feitas pelas autoridades nos últimos três anos de implantação. Investimos rigorosamente em saúde, segurança e treinamento nossos profissionais. Qualquer afirmação em contrário simplesmente não é verdadeira”, afirma Claudio Mancuso, CEO da Colossus Minerals Inc. O parlamentar Arnaldo Jordy não recebeu a empresa em audiência, confirmada anteriormente por seu gabinete, em Brasília.

Em razão de ameaça de invasão ao projeto, a Colossus Mineração encaminhou ofícios, alertando formalmente sobre o risco de invasão, para autoridades do governo estadual e governo federal, órgãos de segurança, ministério público estadual e instituições do setor industrial, na busca de garantias à segurança à vida de seus profissionais e aos residentes de Serra Pelada – bem como aos investimentos realizados no Pará.

Nota do Repórter30 – Até o momento essa indefinição sobre o projeto Serra Pelada só trouxe dúvidas quanto ao futuro de Curionópolis. Não podemos nos abster de dizer que por trás de tanto jogo de interesse existem velhos garimpeiros que merecem ser honrados com que lhes for de direito.

A omissão do Estado só fortalece as duvidas do que será feito de Serra Pelada, qual será o destino de Curionópolis. Não é novidade nem ficção dizer que muitos investidores têm os olhos voltados para nossa cidade, porém, com toda essa incerteza fica mais difícil que esses investidores tenham coragem de apostar no promissor distrito mineral.

O mercado imobiliário foi o que mais sofreu, depois do “bum” em 2010/2011 no final de 2012 e até agora o setor deu uma estagnada. Veja só, um único grupo do Goiás pretendia construir um loteamento com mais de 2.000 unidades, algo que não está descartado, mas que se configura como momento de cautela dos investidores.

Toda comunidade de Curionópolis deseja que os garimpeiros sejam beneficiados, que as empresas investidoras tenham seus resultados positivos, afinal para isso investem e a cidade possa então continuar se desenvolvendo como tem sido nos últimos quatro anos.